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Indústria 4.0, futuro que começa aqui e agora

Indústria 4.0, futuro que começa aqui e agora
Nei Grando
jul. 6 - 6 min de leitura
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Em caso de crise ou não, contamos com a produção industrial para continuar -  para nos alimentar, apoiar nossa infraestrutura ou fornecer meios de transporte. A manufatura não está mais vinculada a uma única disciplina. Tornou-se parte da sociedade em que cientistas da computação trabalham em conjunto com engenheiros. Um lugar onde a inteligência artificial encontra os trabalhadores da linha de produção.

Recentemente participei como convidado do Talk Show: "Brasil rumo a indústria 4.0" - https://lnkd.in/d3NCVeS (vídeo Youtube da gravação do que ocorreu, via movimento #produzirnoBrasil ) onde conversamos sobre o contexto histórico e atual da indústria brasileira e falamos sobre a quarta revolução industrial, fábricas inteligentes, princípios da Indústria 4.0 e o que o Brasil está fazendo nesse sentido. Vou resumir abaixo, em poucos parágrafos, a conversa sobre aquilo que escrevi em detalhes no artigo "Brasil Rumo à Indústria 4.0".

As três primeiras revoluções industriais trouxeram a produção em massa, as linhas de montagem, a eletricidade e a tecnologia da informação, elevando a renda dos trabalhadores e fazendo da competição tecnológica o cerne do desenvolvimento econômico. A quarta revolução industrial, que terá um impacto mais profundo e exponencial, se caracteriza, por um conjunto de tecnologias que permitem a fusão do mundo físico, digital e biológico.

As principais tecnologias que permitem a fusão dos mundos físico, digital e biológico são a Manufatura Aditiva, a Inteligência Artificial (IA), a IoT, a Biologia Sintética e os Sistemas Ciber Físicos (CPS).

Agora, ao invés de se produzir volumes cada vez maiores a custos decrescentes, o novo desafio é produzir produtos individualizados – ou pelo menos um número explosivo de variantes – a custos de produção em massa. A nova necessidade desses itens personalizados, mas produzidos em massa, levou à necessidade de repensar os modelos de negócios, a estratégia e as estruturas organizacionais.

Esta nova visão, que leva de altamente otimizado a altamente flexível, requer uma maneira mais ágil de fabricar. Os condutores dos negócios estão mudando:

  • Da produção em massa à personalização em massa.
  • Do país de origem de baixo custo à fonte de proximidade.
  • Da automação à distância à interação homem-máquina.

Do ponto de vista tecnológico, a Industria 4.0 pode ser resumida como a tendência de incorporar a fabricação auxiliada por computador com automação, redes sem fio, coleta contínua de dados e inteligência artificial. Trata-se de uma mudança de paradigma, que consiste desde melhorias incrementais nos sistemas existentes, mecânica, eletrônica e controle de baixo nível, até inovação em algoritmos, dados, conectividade e usabilidade. Tecnologias digitais como Big DataIA, IoT e Conexão 5G, estão crescendo exponencialmente e, assim, impulsionando a Industria 4.0.

Essa mudança de paradigma  é baseada nos seguintes princípios:

  • Interoperabilidade:    a capacidade de comunicação de todos os elementos da fábrica, sistemas ciber-físicos, robôs, sistemas de informações corporativas, produtos inteligentes e pessoas, além de sistemas de terceiros.
  • Descentralização:    a capacidade de projetar subprocessos autônomos dentro da fábrica com elementos ciber-físicos com capacidade de tomar decisões autonomamente.
  • Análise em tempo real:    capacidade de coletar e analisar grandes quantidades de dados (Big Data) que permitem o monitoramento, controle e otimização de processos, facilitando qualquer resultado e decisão derivada do processo imediatamente e a qualquer momento.
  • Virtualização:    a capacidade de gerar uma cópia virtual da malha coletando dados e modelando processos industriais (físicos), obtendo modelos de plantas virtuais e modelos de simulação.
  • Orientação ao serviço:    a capacidade de transferir o novo valor gerado para o cliente na forma de novos serviços ou serviços aprimorados com a exploração de novos modelos de negócios disruptivos.
  • Modularidade e escalabilidade:    flexibilidade e elasticidade para se adaptar às necessidades da indústria e dos negócios em todos os momentos, com a capacidade de escalar a capacidade técnica do sistema de acordo com os requisitos técnicos exigidos pela evolução da demanda de negócios em cada caso.

Entre os benefícios da Indústria 4.0, podemos citar:

  • Maior produtividade e melhor gerenciamento de recursos.
  • Tomada de decisão mais eficiente com base em informações reais.
  • Processos produtivos otimizados e integrados
  • Aumente a flexibilidade para obter uma produção em massa e personalizada em tempo real.
  • Comunicação direta entre clientes e organizações, o que significa que podemos entender melhor o que os clientes precisam.
  • Redução do tempo de fabricação, tanto no design de novos produtos quanto no merchandising deles.
  • Redução da porcentagem de defeitos ou retração nas fábricas, pois será possível testar os protótipos de maneira virtual e as linhas de montagem serão otimizadas.

Como está o Brasil nesta caminhada de transformação

Segundo a CNI, em 2018 o setor industrial representava cerca de 11,3% da composição de valor do nosso PIB, na década de 80, representava aproximadamente 20%, ou seja, em 40 anos nossa indústria representa praticamente a metade do que já foi no Brasil. (o patamar mais baixo em mais de 70 anos não há dados anteriores a 1947).

Porém, a partir de 2018 o Brasil começou uma retomada econômica e o MDIC instituiu, em junho de 2017, o Grupo de Trabalho para a Indústria 4.0 (GTI 4.0), com o objetivo de elaborar uma proposta de agenda nacional para o tema. O GTI 4.0 possui mais de 50 instituições representativas (governo, empresas, sociedade civil organizada, etc.)

Temas prioritários como aumento da competitividade das empresas brasileiras, mudanças na estrutura das cadeias produtivas, um novo mercado de trabalho, fábricas do futuro, massificação do uso de tecnologias digitais, Startups, test beds, dentre outros foram amplamente debatidos e aprofundados neste GTI 4.0.

E, como as Startups podem ajudar as empresas nessa jornada

Startups podem ajudar as empresas maiores a acelerarem seus processos de inovação, atuando como parceiros no desenvolvimento de projetos, ou como fornecedores de produtos e serviços especializados, enfim, fazendo parte de seus processos de inovação aberta. No artigo "Novas Formas de Engajamento entre Corporações e Startups", explico melhor como este processo pode acontecer de forma harmônica, equilibrada e efetiva.

Considerações finais

Aqui cabe lembrar que que para a indústria evoluir é preciso que  a estratégia, a estrutura organizacional os modelos de negócio, ... também evoluam para acompanhar o novo consumidor, o novo cliente e a nova economia, mais criativa, colaborativa, compartilhada, multivalores, circular e digital.

Um abraço, @neigrando

 

 

 


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