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Participei recentemente do evento Febraban Tech, em São Paulo, e grande parte das palestras fazia referência à importância da IA nos negócios bancários e financeiros. Ao pegar o voo de volta pra casa, assisti um filme da HBO Max que conta a história de uma analista de áudio que colabora com o aprendizado de um dispositivo chamado KIMI (nome do filme), uma assistente digital como a Alexa. Na película a personagem identifica a ocorrência de um possível crime, e mesmo numa crise de síndrome do pânico ela parte em busca de entender o ocorrido.
Fiquei pensando no quanto estamos sendo "ouvidos", o tempo todo, e nem sempre estamos sendo "escutados" quanto às nossas necessidades. Muitas vezes falamos, explicamos algo, contamos uma experiência... e o nosso interlocutor está apenas executando a função básica do aparelho auditivo (ouvir) sem, contudo, ter atenção ao que está sendo dito (escutar). E sem a atenção aplicada à comunicação não é possível realizarmos uma escuta ativa e praticarmos a empatia nas relações humanas (e até com os robôs dotados de IA).
Não raro escuto pessoas falando do medo de perderem seus postos de trabalho para a automação, e costumo refletir sobre o quão capacitados estamos para aprender a aprender, para nos adaptar diante desses avanços tecnológicos tão expressivos como o aprendizado de máquina, os chatbots, IoT, robótica... Veja o caso da análise de personalidade, onde o computador consegue decompor a personalidade de uma pessoa numa foto ou a partir de um texto, aplicando algoritmos que consideram as Big Five características que nos definem, conhecido também como OCEAE (Openness, Conscientiousness, Extraversion, Agreeableness, Emotional range).
Fica cada vez mais claro para mim a importância de fazer parte dessa mudança e provocar as pessoas com quem convivo, instigando-as a conhecer, um pouco que seja, sobre tudo isso que está acontecendo, sobre toda a beleza que essa evolução nos traz. É claro que também traz riscos, principalmente quando olhamos sobre o prisma da ética e da moral. Mas sabemos do ditado popular: criança vê, criança faz. No caso da inteligência artificial, seria: IA vê-escuta-sente-aprende, IA faz. Então devemos cuidar para ensinar adequadamente as IAs, de tal modo que elas sejam melhores tanto em termos de inteligência quanto em termos éticos.
Fico a pensar no bem que toda essa evolução pode trazer à humanidade, e às relações entre os seres humanos, que, esperamos, sejam melhores. Talvez possamos "aprender com as máquinas" a resolvermos nossos conflitos com mais negociação do que guerras, por exemplo. Talvez convivendo com elas possamos nos tornar cada vez mais... humanos melhores.