Tenho tido conversas muito interessantes com meu parceiro durante os últimos dias, não que antes não as tivesse, mas fato é que agora, dentro desse ambiente 24/7 que estamos convivendo, alguns assuntos que antes eram tratados em doses homeopáticas, acabaram por virar parte da nossa rotina, seja a cada paradinha para o café ou a cada texto lido, reunião feita ou podcast escutado. Enfim, essa troca tem sido bem bacana, de forma que me sinto privilegiada, afinal fiquei isolada com uma pessoa que é especialista na área da inovação. (vocês não tem ideia do que é conviver com alguém que vive essa área) e dessas conversas, saem algumas coisas que valem a pena ser compartilhadas.
É importante dizer que esse texto não é um texto político, embora eu acredite que toda fala seja política, o que quero dizer com isso é que ele não é partidário, ok?! (Mesmo que traga citações de pessoas reconhecidas como direita ou esquerda) Penso que escrever é uma forma de parir as inquietações que temos e que dividir ideias é abrir espaço para o desenvolvimento de pensamento analítico. E falando em análise, vamos começar pelo óbvio, o tal do mundo que mudou...
Mudou? Mudou mesmo? Mas o mundo não mudava a todo momento? Na verdade o que estamos vivenciando hoje será percebido por cada um de nós de uma forma e terá seu efeito (devastador ou não) em cada bolha existente. O que tem me feito trocar ideias com vários de meus contatos sobre qual seria a real mudança dentro da sua bolha?
Parece daquelas perguntinhas complicadas de se responder, uma vez que todos somos plurais. (seja vc um Hedwig ou uma Patrícia)
Li em algum lugar que o Dr. Anthony Fauci andou profetizando que esse seria “o fim do aperto de mãos como conhecemos”. E me pergunto, será mesmo? Afinal, na minha bolha, o que eu tenho visto é um grande número de pessoas desesperadas pelo retorno à vida ativa, sonhando com o dia que poderão se reencontrar com os amigos, ir para bares, fazer festas, rever a família, abraçar amigos, pai e mãe. O retorno a “vida real” como se o que estivéssemos vivendo agora fosse um limbo, um episódio estranho de Black Mirror ou uma daquelas distopias que fazem tanto sucesso. Parece que uma hora vamos desligar e que a vida vai voltar ao “normal”. E como disse a Elaine Brum em um dos últimos textos que li:
...o pior que pode nos acontecer depois da pandemia será justamente voltar à “normalidade...
Existe uma frase clássica que diz “toda crise é temporária”, há algumas vi uma matéria no site da Propmark que tratava do tema gestão de crise, um entrevistado elencou o que considerava os três grandes pilares para a reflexão durante esse momento: segurança física, reputação e finanças.
“precisamos pensar que tudo aquilo que depois da crise possa manchar a reputação da marca é uma prioridade, afinal o que restará depois dessa crise será a nossa reputação pessoal e de nossa marca”
O que me leva a pensar que o que precisamos analisar é como essa crise irá afetar nosso negócio em si, como lidaremos com ela diante de todos os públicos que estão envolvidos direta ou indiretamente com nossa empresa/marca e como financeiramente iremos sobreviver nos próximos meses, o que faremos para que a saúde financeira não vá à óbito.
Para uma pessimista vou ser bem otimista, realmente acredito que daqui para frente o povo não vai mais agir como se estivesse tirando uns dias em casa. Que vai parar de investir seu tempo em maratonas, que vai parar de fazer umas comprinhas online e vai parar de receber os amigos (só os mais íntimos, claro!) em casa. Realmente quero acreditar que a maior parte de nós tem analisado seus mercados, conversado e procurado se informar sobre sua área. Que a galera tá refletindo e entendendo que “a coisa ficou séria”. Que um mês já passou e para muitos trabalhadores nenhum dinheiro entrou...
...e que os boletos seguiram batendo no débito automático!
Penso que prestadores de serviço, assim como eu, precisam ter em mente que para tentar criar uma estratégia de sobrevivência, será necessário ter conhecimento de como a crise tá agindo dentro dos públicos que são diretamente ligados ao seu negócio.
Isso é tão importante quanto saber o que tá rolando dentro do nosso mercado!
Aliás, não é analisando o todo que podemos criar uma estratégia para o nosso? Tá tudo diretamente ligado! E a realidade é que no melhor dos cenários a gente teve um trimestre perdido. No Brasil, o setor de consumo de bens e serviços está em queda livre, a população economicamente ativa nunca experimentou nada igual. A gente pode ter tido outras crises, alguns de nós só ouvimos falar de recessões e dificuldades em outros países… Masss .... o que estamos prestes a experimentar, da forma que será vivenciada, com a evolução do século em que vivemos, isso nunca aconteceu!
Mas isso tudo é tão óbvio para quem?
Uma coisa já é certa: no próximo semestre teremos uma baixa no comércio de bens, no combustível, também que o nosso país, assim como outros, irá sofrer uma grande e longa recessão. Será que já estamos cientes de que com o tal do lockdown os empresários vão parar de investir, que não teremos aumento de estoque, que provavelmente o nível de confiança nas empresas, no estado e qualidade de vida será anos luz menor do que era quando iniciamos 2020.
Pelo que tenho entendido, em 2021 a gente vai ter um pequeno crescimento, mas isso só porque o 2020 foi queda abaixo. A inflação deverá baixar com a queda dos mercados internacionais, os produtos básicos como o petróleo, minério de ferro, café, soja, carne bovina… os que tiveram essa forte queda em 2020, isso vai refletir em todo o sistema, afinal se temos queda no preço do algodão, isso irá impactar o vestuário, se temos queda nos produtos agrícolas, isso irá gerar impacto nos alimentos e por assim vai. E por mais que pareça que ter essa deflação é uma coisa boa (tudo barato, vamooooo comprar!) não é assim que funciona.
..o lado perverso da inflação muito baixa é a estagnação da economia. O consumidor não compra porque acredita que o preço vai cair. A loja não vende, o produto fica encalhado e é preciso até baixar o preço. A indústria para de produzir porque não há procura. Em determinado momento, tanto a loja como a indústria serão forçadas a demitir funcionários…
Então a demanda reprimida, pressão para baixar preços pode e provavelmente vai acarretar em um aumento de desemprego. E dos desastres que estamos começando a perceber em todos os países, os problemas na área da empregabilidade, quer dizer, da falta dela é um dos mais graves!
Nas últimas quatro semanas, os EUA bateram o recorde com 16,8 milhões de pessoas buscando ajuda do governo por conta das demissões causadas pelo COVID-19. O jornal Times publicou que esse foi o declínio mais rápido em relação a perdas de emprego registrado desde 1948. Isso que a grande recessão demorou cerca de 10 meses para que os os números chegassem perto disso, são números de 10 meses em 4 semanas!
Na França houve um movimento para um programa parecido com o que está sendo cogitado aqui no Brasil, um quarto da força de trabalho do setor privado, 5,8 milhões de pessoas, estão fazendo parte do “plano de desemprego parcial”, assim com a ajuda do governo o setor conseguiu reduzir horas trabalhadas e evitar a demissão em massa. E na Alemanha foi desenvolvido pela agência federal um programa de “trabalho de curta duração”, ao que me parece, essa será uma das grandes tendências adotadas por diversos países para sobreviver durante esse período.
E hoje um terço da população já está passando por algum tipo de bloqueio. Isso é global, não é apenas com você, coisa mais linda do universo que não consegue conviver com a sua família por um longo período de tempo. A gente precisa focar nos bons exemplos, como a Noruega e a Dinamarca, que praticaram o tão temido distanciamento social e estão apresentando taxas de mortalidade de 1,46 e 3,85. Enquanto a Suécia (na última vez que vi os dados) estava com índices de 7,68 de mortalidade (isso quer dizer que dá totalidade de pessoas com o vírus, 7,68 vão a óbito!).
Você não tem medo do que temos visto acontecendo especificamente alguns países considerados de primeiro mundo?
O caso da Suécia, por exemplo, os caras possuem uma economia com base na exportação, uma população de cerca de 10 milhões de pessoas, um país que oferece diversos serviços gratuitos (educação, saúde, previdência social) e que está entre os top 10 do como maior IDH do planeta. Um país que podemos considerar, no mínimo, inteligente. E o que eles fizeram durante o primeiro mês dessa pandemia? Resolveram seguir a vida como se nada tivesse acontecido (isso tá me lembrando algumas pessoas). Faz a conta: pandemia + escolas e universidades funcionando normalmente X vida social ativa = 9 mil casos confirmados e 793 óbitos... e contando!
O que estamos vivendo deverá ser comparado a gripe espanhola (google it)! Chegou o momento da galera que faz parte da bolha dos conscientes realmente trabalhar para conscientizar o pessoal que tá fora dela e entender que deixar rolar tá longe de ser a melhor solução. O nosso sistema de saúde (ou qualquer outro em todo globo) não está preparado para receber esse aumento desmedido de pacientes. Nenhum dos nossos hospitais, nem o Seattle Grace, nem o Princeton-Plainsboro Teaching Hospital, nem o San Jose St. Bonaventure Hospital estariam preparados para isso!
Você tá realmente consciente de que nosso sistema de saúde deverá entrar em colapso em poucos meses?
E nessa história de em entrar em colapso, outra coisa que tem chamado minha atenção nas redes sociais é sobre o fato de que agora as crianças passaram a estudar em casa.
Entre relatos, memes e tiktoks com piadas sobre pais em apuros por ter que “ajudar” os filhos e sobre como a quantidade de vinho e gaiolas podem ser úteis nesse momento. (vou focar na questão educacional, mas eu vi a geral pregando online o alcoolismo e violência para lidar com a família hem!), Piadas à parte, a questão é que em menos de um mês 1,5 bilhão de estudantes ficaram em casa e se a maior parte de nós não está acostumada a lidar com o home office, imagina nossas crianças? E nossos professores?
Claro, agora vai ter aquele povo da gratidão que gosta de falar que valoriza tudo, valorizando o médico (porque até agora ele não estava lá, salvando vidas, ah, tava né!), valorizando as profes porque parece que agora sim o povo entendeu o trabalho que dá cuidar de uma sala com 20 anjinhos.
Mas, a questão que eu preciso levantar é sobre o que dessa educação informal, mascarada de formal, poderá acarretar. no futuro próximo. Existe um enorme contraste nas formas de acesso tanto para assistir uma aula online quanto para preparar uma aula que será vista online.
- Quais ferramentas utilizar?
- Qual infraestrutura seria mais adequada?
- Que tipo de conhecimento precisaríamos para ter qualidade nesse ensino a distância?
- Quais habilidades os professores precisam desenvolver para utilizar e gerir o uso dessas tecnologias?
- Quais capacidades, e até mesmo familiaridade, nossos alunos deveriam ter para aproveitar seu uso?
Será que se ao invés de refutar o uso da tecnologia, tivéssemos olhado para ela como ferramenta de ensino, hoje não seria mais fácil que tanto professores quanto alunos, acostumados com ferramentas digitais, fizessem um bom uso dela. O celular é um ótimo exemplo disso.
E essas dicas aí já tem mais de 3 anos!
Como dizem: negação é o primeiro estágio e que aceitação é o primeiro passo para mudar.
Em Singapura, por exemplo, estão sendo ofertadas aulas online para que os educadores possam desenhar as estratégias de como lecionarem online. Aí fiquei me perguntando: será que nossos professores tiveram aula de como dar aula? (amigos mestres, se puderem me ajudar nessa) Aulas que tratem sobre planejamento, metodologias, estratégias para aprendizagem, construção de material didático, plataformas de educação… esse tipo de coisas.
O que sabemos é que aqui no Brasil, mesmo em estados que possuem recursos nas escolas (como acesso a internet) não contamos com profissionais qualificados. Professores de um mês para o outro tiveram que se tornar excelentes docentes para ministrar aulas em EAD. O que me remete a outras duas questões:
- Isso não é só para a galera do ensino fundamental e médio. Professores universitários também não estão qualificados, tive relato de alunos de graduação e mestrado sobre como as plataformas não funcionam e quanto os professores que não estão conseguindo se adaptar as tecnologias.
- Sobre o EAD: quando vamos levar realmente a sério e parar de fazer pouco de profissionais que optam por essa forma de estudo?
O EAD tende a se tornar cada vez mais vivo nas nossas vidas, provavelmente não da forma como ele era até o mês passado, mas se adaptando à nova realidade, analisando suas deficiências e corrigindo. Já estamos abrindo a mente para a questão de que o físico não é tão essencial assim. Depois disso tudo caberá uma avaliação a respeito deste período conturbado de aulas online, suas eficiências e deficiências; e um longo raciocínio sobre o que ficará disso.
Que uso iremos fazer dessas (nada) novas tecnologias que fomos obrigados a utilizar. Quais benefícios podemos tirar desses meios e de que forma vamos adaptar isso tudo pós-pandemia. Já estamos vivendo essa revolução de todas as coisas, e no meu ponto de vista, é realmente assustador pensar que parte da população possa simplesmente voltar a ser como era antes.
Barrar o progresso digital, parece coisa de gente velha (de cabeça, não de idade). Parece que a galera tá sempre com medo do novo. Se prender a conceitos de que o sólido é referenciado através de um CEP com vários anos de uso é a pior coisa que podemos fazer nesse momento! A gente vai sim acabar reavaliando, colocando na planilha (cê achou que era na ponta do lápis, né), sabendo exatamente quanto custa para uma empresa estar em algum lugar físico, qual a real necessidade e quanto de ganho isso vai trazer. Todo mundo passou a conhecer melhor seus aspectos financeiros (seja PF ou PJ) e aqui a tendência é: o que faz a diferença no dia a dia e quais coisas podemos cortamos que estamos vendo que não nos trazem um retorno. Seria esse talvez o fim de espaços de trabalho compartilhados e uma evolução para a utilização do Digital Workspace.
Ah, Digital Workspace não tem nada haver com Home Office, ok. Dá uma olhadinha no video da Citrix sobre a plataforma deles para entender melhor do que estou falando
Já existem várias plataformas que permitem que o usuário trabalhe e acesse tudo de qualquer lugar através da ferramenta que tiver disponível em mãos. Isso é um passo importante para o futuro do trabalho! Claro que não é para todos, lembra que isso também tá dentro do conceito de que vivemos em bolhas! Repensar espaço de trabalho é repensar qualidade de vida, é investir seu tempo e de seus colaboradores no que realmente é interessante para cada um de vocês.
Aquele trabalho das 9h às 18h tende a mudar. A forma como consumimos, por exemplo, se você trabalha “fora”, pega ônibus e investe sua 1h em deslocamento, precisa de um conjunto de roupas apresentáveis, precisará investir o tempo e dinheiro para almoçar fora, investe o tempo novamente para voltar para casa, às vezes tem o happy ou vai passar em algum lugar porque “tá no caminho”, enfim... Vocês já pararam para analisar (se não pararam esse é o momento) o que fariam se pudessem investir seu tempo e dinheiro, só desses itens que eu apontei, em outras coisas? E você empresário, já pensou que poderia economizar por ter uma equipe remota e ainda investir na capacitação de seus colaboradores e de seu negócio?
A gente precisa aceitar que o mundo tá mudando de novo e que as formas de trabalhar e de se comunicar vão evoluir junto. Olhem para o quadro abaixo e se questionem: O que mudou e o que você acrescentaria? Dizer que vivemos uma nova revolução é fácil, quero ver aceitar que muitas vezes estamos apenas repetindo o que foi feito através de uma vestimenta nova.
A transformação digital tem feito com que organizações consigam desempenhar melhor seus trabalhos. A gente precisa pensar que cada época teve suas perdas e seus ganhos. Tivemos a substituição de animais por pessoas e depois de pessoas por força mecânica e isso possibilitou a exploração de novos mercados, aquele conceito de linha de montagem que é utilizado até hoje. E dentro revolução tecnológica vimos a tecnologia mecânica ser trocada pela digital e agora teremos uma convergência entre as tecnologias digital, física e biológica.
As empresas que derem o start agora para a adaptação, certamente terão uma grande vantagem de competitividade. Está na hora de mostrar agilidade e reagir às mudanças, vai lá e faz!
Vamos deixar claro, caso ainda não tenha ficado, que a transformação digital não é ter uma rede social ativa (facebook, instagram, linkedin, anything...), mas uma modificação na estrutura da organização, esse não é um desafio para o pessoal da TI ou a galera do marketing, essa é uma mudança que necessariamente precisa vir do topo. E se a sua empresa não tiver "topo", foque que em qualquer grupo existe liderança, que isso não tem nada haver com cargo, e pense que essa modificação de hábitos deve vir de lá.
A falta de liderança pode ser uma das maiores barreiras para o avanço tecnológico
Será necessário ter em mente que os gestores precisam ser os primeiros “convertidos” na utilização do novo. Se o líder não vestir a camisa não vai conseguir ensinar, não vai saber explicar o porquê de a empresa optar por X e não Y. Esse tipo de coisa poderá gerar um custo muito alto para a empresa, poderá comprometer ações estratégicas e processos poderão ser mal executados.
Pense em uma quadro de tecnologia que funcione de forma integrada, em que o usuário (colaborador) poderá acessar - do dispositivo que estiver disponível - de onde quer que ele esteja. Que essa experiência além de ser unificada, também deverá ser sensível ao contexto (da realidade de cada um) e segura (para todos os envolvidos). Podendo gerar uma ótima experiência para os colaboradores, uma melhor a produtividade, uma autonomia para cada um dos envolvidos. Um estilo de trabalho mais simples, em que será possível esquecer as pilhas de papel, as diversas senhas e logins para cada coisa e a infinidade de plataformas distintas (isso tá no google docs, planilha ou trello?).
Além disso, para a empresa isso tudo representaria uma grande proteção, afinal seria possível ter uma visão completa de tráfego, usuários, arquivos, logo ameaças internas e externas poderiam ser reduzidas e mapeadas.
Agora sonhando com a ideia de que tudo isso funcionaria \o/ … Vamos focar no avanço de alcance, novos públicos, colaboradores remotos, você podendo contar com uma equipe que investe o tempo e não perde tempo com coisas sem o menor sentido (tipo deslocamentos!!!).
Você consegue entender que o digital não apareceu milagrosamente, mas que ele já estavam aqui!
E se algumas empresas estão se saindo melhor, nem sempre é porque eles tem muita grana no bolso, já parou para pensar que muitas das empresas que estão se saindo um pouco melhor, um dos fatores poderia ser porque já estavam habituadas ao trabalho remoto, a uma forma de trabalhar um pouco diferente...
É um caminho que já tá trilhado para quem começou a caminhar há horas
Esse novo formato, que já estava disponível, mas que apenas agora realmente estamos olhando para ele, poderá representar uma baixa nos custos físicos, uma abertura para uma nova forma de trabalho e um aumento de produtividade e qualidade de vida!
Aí você poderá se perguntar: mas e a internet, ela está pronta para esse aumento de atividade? E como ficam as pessoas que não possuem acesso a internet?
Uma pesquisa brasileira recente mostrou que 74% da população residente em zonas urbanas já está conectada e que em 2018, 49% da zona rural já tinha acesso a internet. Se em 2020 a população brasileira é de 209 milhões de habitantes e no quadro de 2018 mostrava que já éramos 126,9 milhões de conectados, podemos ter esperança de que metade da população já está alfabetizado digitalmente.
Fica a pergunta: o próximo passo não seria aprender a estudar e a trabalhar através da tecnologia? Tirar proveito disso, evoluir?
Mais um vez: óbvio que nem todo mundo vai se adaptar, nada na vida é 100% né minha gente! Nem todo brasileiro gosta de futebol ou de cerveja e nem por isso esses itens deixam de existir. Agora tá na hora de se preocupar com coisas mais relevantes do que um simples “eu gosto, eu não gosto”.
Pensar que a Banda larga deveria fazer parte de uma infraestrutura essencial, bem como água, esgoto e eletricidade. Pensar em privacidade de dados, os seus e os de sua empresa (google it: zoombombing), analisar o porque estamos tão fascinados com as lives, reflexo talvez do quanto realmente nos sentimos sozinhos.
Pensar em educação financeira desde o primeiro grau, e não tô jogando para a escola não, você já conversou sobre dinheiro com seus filhos? Ou vai dizer que não se fala de dinheiro com criança? Cê tá criando um adulto cheio de cartões crédito e lojas ou um adulto responsável e preparado para projetar seus sonhos e pagar por eles?
As tais lives estão trazendo a falsa sensação de que não estamos sozinhos, a gente passa a ver a vida “particular” das pessoas, a sala, a cozinha, o que comem, como preparam (peraí... acho que isso a gente já fazia antes também!). Não é porque estamos todos em quarentena que estamos todos juntos e unidos. Vamos ter uma parcela que vai seguir brincando, maratonando, achando que tá sendo útil porque tá ali produzindo lives para 20 pessoas falando de fermentação natural (e usando de forma negligente uma banda que poderia utilizada para coisas mais relevantes). Pessoas que muitas vezes estão ali para fugir da solidão porque não aguenta ficar sozinhos ou com sua própria família (família: queles que você posta foto com juras de amor infinito e respeito eterno, lembra?).
Mas eu espero que você consiga investir seu tempo em coisas mais produtivas, analisando de forma realista o cenário atual, tendo conversas com a sua rede, focando nas coisas que realmente vão modificar seu dia a dia e talvez de outras pessoas. Não é um seja produtivo sempre, nem um manifesto contra tentar desopilar, é um wake up, afinal tirando as coisas óbvias, quem é você nessa quarentena?
As coisas vão seguir mudando, pode ter certeza!