Vamos voltar um pouco na história para entendermos algumas ondas de inovação que apareceram no mundo.
Quando o grande Gutenberg inventou a prensa móvel em 1440, só havia uma na Europa, ficava em Mainz, na Alemanha. Depois de 50 anos, havia mil prensas espalhadas pelo continente. Depois disso, os livros se multiplicaram exponencialmente. Em 1540, países como Itália, França e Alemanha produziam 1 milhão de livros por ano. Neste momento, todos aqueles que copiavam os livros no método antigo e uma grande parte da sociedade eram contra esta inovação. Eles comentavam que a máquina podia falhar, que ela poderia copiar errado, alterar informações. Porém, no século XVII, a Europa já imprimia 500 milhões de livros. Neste momento, os livros já começavam a chegar às famílias mais humildes, algo que seria impensável anos atrás, pois os preços dos livros despencaram cerca de 340 vezes em dois séculos.
A eletricidade teve suas primeiras estações elétricas inauguradas em Londres e em Nova York em 1882, em Milão e São Petersburgo em 1883 e em Berlim em 1884. Em 1900, a geração global de eletricidade era de 8 terawatt-hora. Nesta época, foi um momento sombrio para a sociedade, pois a grande maioria da população tinha medo da energia elétrica. Ela poderia matar, causar incêndios. Os sindicatos dos acendedores de lampiões distribuíram cartazes colocando medo na sociedade para que todos não adotassem esta inovação. Porém, com a eletricidade veio toda uma grande transformação na nossa sociedade em todos os sentidos.
Outra inovação foi o telefone. O grande Alexander Graham Bell introduziu o telefone em 1876. Em 1900, os Estados Unidos tinham cerca de 600 mil telefones. Nessa época, só as pessoas muito ricas podiam ter acesso a uma linha telefônica. Com o passar dos anos, foi se popularizando e os preços caíram. Dez anos depois, já eram cerca de 6 milhões de telefones. Hoje, há mais telefones que pessoas no mundo.
Vários engenheiros tentaram criar o primeiro automóvel, mas o que realmente concluiu primeiro com êxito foi Carl Benz. Ele criou um motor de quatro tempos a combustão e patenteou-o em 1886, chamando-o de Motorwagen, mas o carro dele ficou conhecido mesmo, quando a sua esposa Bertha saiu em todos os jornais do mundo. Ela pegou o carro e dirigiu 105 km de Mannheim até a casa de sua mãe em Pforzheim, abastecendo o carro com solvente que acabava comprando nas farmácias pelo caminho. Porém, o ponto de virada do automóvel veio em 1908 com Henry Ford e o seu modelo T. Ele criou uma linha de produção de carros e fez seu veículo chegar ao público final por US$ 850,00, quase 3 vezes mais barato que seus concorrentes. Neste momento, a sociedade mais uma vez estava contra, pois todos estavam acostumados com os cavalos. Havia toda uma cadeia de comércio em cima disso, e tudo isso iria acabar? A grande maioria pensava assim: isso não pode acabar. Daí houve muita resistência e muita mentira sobre o futuro dos carros. Porém, sabemos como terminou esta história.
Em todas as ondas de inovações tivemos muita resistência no início, porém com o passar dos anos elas foram mostrando o seu valor e se tornando parte da vida das pessoas.
Antes de falar o que eu penso sobre IA, gostaria de mostrar um dado para você:
O Google demorou 78 meses para alcançar 100 milhões de usuários.
A Uber demorou 70 meses para alcançar 100 milhões de usuários.
O Instagram demorou 30 meses para alcançar 100 milhões de usuários.
Pasmem, o ChatGPT demorou 2 meses para alcançar 100 milhões de usuários.
Nestes últimos 12 meses, venho estudando muito sobre Inteligência Artificial e como ela afetará o mercado condominial. Já foram quase 20 livros lidos (destes 2 foram da grande Martha Gabriel fica a dica: Você eu e os Robos e Inteligência Artificial do zero ao Metaverso), dezenas de artigos, e posso concluir que:
A IA veio para facilitar nossas vidas, como veio a energia elétrica, telefone, carro, computador...
Ela vai encontrar no nosso mercado resistência de pessoas.
Ela vai encontrar no nosso mercado profissionais dizendo que não irão utilizar.
Ela vai encontrar empresas dizendo que esta onda não vai pegar.
Ela vai encontrar síndicos e administradores de condomínios dizendo que aqui sempre foi assim e não precisamos mudar.
Para concluir, digo o seguinte:
Esses pensamentos não mudaram em nada durante os séculos quando chegava uma nova onda de inovação. E, como nos séculos passados, os que se adaptaram primeiro saíram na frente, colheram bons frutos nos seus negócios e transformaram suas vidas e as de suas gerações futuras.
Porém, Sim, a IA já faz parte do mercado condominial e muitas administradoras já estão utilizando, além de síndicos também. Não fique de fora desta nova onda. A IA está transformando a maneira como gerimos nossos condomínios, tornando processos mais eficientes e melhorando a comunicação com os moradores.
Então, "os sinais estão sendo dados": esta nova onda chamada inteligência artificial vai nos livrar daqueles serviços repetitivos e chatos, pois ela vai executar, vai nos ajudar a prospectar novos clientes, vai nos ajudar a fazer apresentações em assembleias e torná-las impactantes, vai criar comunicados incríveis, iremos ter uma secretária virtual IA que vai tratar com os moradores assuntos corriqueiros e que nos tomam tempo, e muito mais está por vir...
Então, fica a dica para você:
"A IA não vai roubar seu cargo de gestor condominial, mas alguém usando IA, com certeza irá.”