Do nada eu acordo e um algoritmo em
minha cabeça começa a processar o que eu tenho a fazer naquele instante. Se
dormi em uma cama me levanto dela, me dirijo ao banheiro, não vou entrar em
detalhes sobre o que faço lá, me visto, arrumo a cama e vou para a cozinha me
alimentar. É um ritual que está incorporado ao meu cotidiano.
Sinto-me feliz em fazer tarefas
simples do dia a dia. Mostra que minha capacidade cognitiva está atuante, meus
movimentos, comportamentos e ações estão em perfeito estado de manutenção. Minha
linguagem natural está em processamento.
Não precisei passar pela
manutenção preventiva, pois acordei pela manhã “novinho em folha”. Fui cedo
para a cama, dormi bem, sono tranquilo. Agora, pela manutenção preditiva diária,
não tem jeito, preciso me submeter a ela. Minhas condições elétricas,
mecânicas, hidráulicas e pneumáticas são monitoradas para verificar minhas
condições de funcionamento e minha capacidade de desempenho. Monitoramento
feito, minha Machine Learning está apta a desempenhar tarefas de grande
complexidade.
E meu sistema límbico, será que ele
ainda funciona? Depois de um Deep Learning verificou-se que está em ordem. Os
pensamentos intrusivos estão normais.
A humanidade carece de desenvolvimento,
tecnologia, pensamento disruptivo, mentalidade digital, novas formas de fazer/gerir
negócios, etc. Dentro do contexto atual, este movimento vem ocorrendo em escala
exponencial.
Longe de querer viver sem evolução,
mas as pessoas estão maduras para absorver estas mudanças? A imprevisibilidade,
a impessoalidade, a adaptabilidade, a organização em grupos, a racionalidade, deixarão
de ser somente características do ser humano? Há limite para manipulação da
condição humana ou é simplesmente algo que se deve aceitar de forma tácita? Até
que ponto vou manter meu cérebro ativo com estes avanços?
Enfim, o futuro das pessoas, como
fica?