Estamos vivendo um momento de pandemia anexa à uma grande crise econômica, onde muita gente fala que a saída agora para o negócio sobreviver, é se reinventar. Isso me fez pensar sobre a trajetória da Kodak e sua relação com o momento atual de medo e incerteza.
Lá em 1888 a marca foi registrada por George Eastman, responsável pelo filme fotográfico que revolucionou a fotografia, cinema e outras áreas no mundo todo. A Kodak foi pioneira nas câmeras digitais, mas seu grande carro chefe eram os filmes fotográficos. Em 1895 lançou a primeira câmera de bolso, a Kodak Pocket.
Em 1976, dominavam cerca de 90% do mercado de filmes fotográficos e 85% das câmeras tradicionais vendidas nos Estados Unidos; não ficando abaixo de 50% em outros países.
Em 1997, a Kodak foi avaliada em 31 bilhões de dólares.
Investia muito dinheiro em pesquisa, mas, ainda assim, não soube se antecipar/adaptar ao destacamento do cenário que vinha se modificando. E foi perdendo espaço.
Em 2002 câmeras com filme perdem mercado e em 2004 foi a vez dos filmes fotográficos. Em 2008 a Kodak já vivia de patentes, não mais de produtos e serviços.
Dizem que seus diretores não botaram muita fé na mudança que vinha acontecendo e até lançaram uma câmera digital, porém, sem investir muito, sem apostar muitas fichas.
Com isso veio a Canon, Fuji e Sony e em 2012 a Kodak “abre falência”.
Graças a lei norte-americana de proteção à falência, a Kodak voltou a ter seu caixa positivo, porém, hoje atua em escala muito menor no ramo de impressão comercial.
Li em diversos lugares opiniões de pessoas diferentes sobre esse “fim” trágico da Kodak, mas uma coisa em comum que percebi foi: excesso de confiança. Por ser líder de mercado por tantos anos, dizem que a Kodak nunca sentiu a necessidade de se reinventar e até de se preparar para uma possível crise.
Trazendo à circunstancia atual, poucos estavam preparados para uma crise econômica, quem dirá para uma pandemia/quarentena; e poucos estão vendo saída na reinvenção de seus processos, e isso é um grande perigo para qualquer negócio porque, como diria Flávio Augusto: estabilidade não existe. O mercado é uma grande montanha russa e você precisa se adaptar conforme o caminho.
Sobreviverá a tudo isso quem tiver coragem de se reinventar, criar uma nova cultura, arriscar mais e estar presente no mercado. O passado não nos serve mais como parâmetro, boas novas estão por vir.