A pandemia do vírus Covid-19 vem paralisando mercados e atividades econômicas no Brasil e no mundo. Nas últimas semanas, vimos boa parte da população afastando-se do convívio, pessoas reclusas em regimes de home office e as empresas correndo em verdadeiros desafios tecnológicos para propiciar que seus dispositivos e sistemas on-line atendam a uma nova rotina de trabalho remoto. Mas como lidar com as necessidades do recomendado distanciamento social e o padrão cultural das equipes de engenharia, acostumadas às reuniões presenciais de projeto?
A necessidade da mudança deste paradigma, em que reuniões gerenciais precisam de olho no olho, chega em um momento em que o mundo precisa que a produção intelectual de engenharia não pare, a fim de manter infraestrutura para a população no momento de crise e assegurar a retomada de nossa sociedade após a pandemia.
Os empresários brasileiros passarão a enxergar de uma forma diferente o trabalho home office. Que até então somente algumas poucas empresas adotaram. Existia até então um certo preconceito com esse modo de trabalho. Tendo em vista a real necessidade de adaptação, caiu por terra o preconceito.
Para isso, equipes de estudos e projetos de engenharia e arquitetura precisam apostar em metodologias, processos e ferramentas que permitam manter a capacidade de produção de maneira remota, compartilhada e colaborativa.
A metodologia BIM, por exemplo, aliada a um bom sistema de GED (Gerenciamento Eletrônico de Documentos), possibilita a gestão virtual de projetos e documentos e facilita a comunicação entre os projetistas, assim como a colaboração e a simultaneidade multidisciplinar. Esta integração, viabilizada a partir das informações em nuvem, torna possível criar ambientes virtuais de design review, reduzindo a necessidade das discussões físicas e constantes entre os profissionais.
Outra importante vantagem é a oportunidade de realização rápida de simulações e alterações de projeto, dando suporte à tomada de decisão e gerando valor perceptível ao cliente, com a conveniência do compartilhamento remoto e em tempo real do projeto, que pode ser acessado em qualquer lugar.
Quando comparamos a cultura e a rotina do mercado de engenharia com outros mercados podemos ver que as reuniões via ferramentas digitais, como videoconferências, criam uma nova dinâmica de trabalho e levam a encontros mais rápidos, objetivos e focados, divididos muitas vezes em consultas pontuais. O novo modelo também se reflete na rotina de ritos periódicos entre equipes e gestores, que trazem ganho de produtividade ao se debater temas e solucionar problemas do dia a dia, que no ambiente tradicional poderiam travar atividades até a próxima reunião presencial.
A adoção de uma cultura de home office, equipada com processos digitalizados e dotada de microgerenciamento das entregas de equipes remotas, mantém, e muitas vezes melhora, a performance do time. Também auxilia a própria gestão, pois permite à liderança acompanhar de perto os progressos, mesmo não estando fisicamente presente, tudo isso em um ambiente virtual e preservado de contaminações.
Devemos ver este momento como uma oportunidade de evolução e de superar nossas tendências culturais. Está na hora de aproveitarmos melhor todo esse ambiente virtual para potencializar nossa integração, indo além dos limites de uma sala de reunião. Para isso, contamos com ferramentas, metodologias e processos que permitem manter e alcançar resultados melhores e maiores nos projetos, assegurando a qualidade e a eficiência de nossa produção intelectual.
Neste momento delicado, a sociedade olha para as lideranças em busca de respostas. O posicionamento de grandes líderes tem tido um foco: trabalhar a inteligência emocional.
Inteligência emocional é o nome que se dá ao conjunto de competências relacionadas a lidar com emoções. Mais especificamente, a como (e o quanto) se percebe, processa, compreende e tem habilidade de gerenciá-las.
Em cenário crítico como da pandemia do coronavírus, as pessoas podem ser tomadas pelo medo e ter reações exageradas, e até mesmo inapropriadas. Nesse sentido, os líderes trabalham como uma peça fundamental para acalmar os ânimos e colocar a situação em perspectiva.
Vejam neste artigo, por meio dos exemplos citados, que é possível perceber como uma liderança empática, que usa a inteligência emocional para lidar com situações de estresse, pode colaborar com o bem-estar geral e promover atitudes de reconforto em tempos de crise.