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Robôs de companhia com câmeras integradas: Uma nova fronteira no cuidado aos idosos

Um robô com câmera integrada sobre a cabeça, veste touca amarela, tem os olhos virados à direita, está com um macacão azul e uma pochete rosa e zíper amarelo. Ele tem rodas sobre os pés.
Marina Dias
ago. 19 - 4 min de leitura
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Os robôs de companhia têm sido cada vez mais frequentes em cidades japonesas e devem ser incorporados em outros países, sobretudo, ao público idoso, uma vez que é possível monitorar os cuidados domiciliares, além de uma série de benefícios. 

Entre os meses de novembro de 2023 a maio de 2024, a Japan House São Paulo exibiu a exposição "Convivendo com robôs". A mostra retratou aspectos particulares do desenvolvimento de robôs japoneses e ofereceu ao público brasileiro a oportunidade de refletir sobre a convivência com eles de maneira amigável, já que ao cotidiano japonês eles já estão mais do que incorporados. 

O envelhecimento da população

O mundo está enfrentando um envelhecimento populacional sem precedentes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, até 2050, a população global de pessoas com 60 anos ou mais deverá atingir 2 bilhões, representando 22% da população total. Este aumento significativo na longevidade traz consigo desafios complexos, especialmente no cuidado e monitoramento dos idosos.

Idosos morando sozinhos

Muitos idosos preferem viver de forma independente, em suas próprias casas, em vez de se mudarem para lares de idosos ou morar com familiares. Nos Estados Unidos, por exemplo, cerca de 28% das pessoas com mais de 65 anos vivem sozinhas, e esse número tende a crescer com o envelhecimento da população dos "baby boomers". Essa independência, embora desejável, pode levar a riscos aumentados, especialmente no que diz respeito a quedas e emergências médicas.

Investimento em cuidados domiciliares

Para apoiar esses idosos, há um crescente investimento em enfermeiros e outros profissionais de saúde que prestam serviços de cuidado domiciliar. Esses serviços incluem monitoramento de saúde, ajuda com atividades diárias e resposta rápida a emergências. No entanto, a demanda crescente por esses profissionais muitas vezes supera a oferta, levando à exploração de tecnologias inovadoras, como os robôs de companhia equipados com câmeras.

Quedas de idosos em casa: um problema crítico

As quedas são uma das principais causas de ferimentos entre idosos. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, um em cada quatro americanos com mais de 65 anos cai a cada ano, resultando em mais de 3 milhões de idas ao pronto-socorro. Essas quedas podem resultar em ferimentos graves, como fraturas de quadril, e são uma causa comum de perda de independência entre os idosos.

Japão: pioneirismo no uso de robôs

O Japão, com sua população envelhecida e escassez de trabalhadores no setor de cuidados, é líder no desenvolvimento e uso de robôs de companhia. Um exemplo notável é o "Paro", um robô em forma de foca que é utilizado em hospitais e lares de idosos para fornecer conforto e estimulação cognitiva aos pacientes. Além disso, empresas japonesas têm desenvolvido robôs equipados com câmeras e sensores que podem monitorar a saúde dos idosos, detectar quedas e até mesmo alertar cuidadores e familiares em caso de emergência.

Conclusão

Os robôs de companhia com câmeras integradas representam uma solução promissora para o cuidado de idosos, especialmente aqueles que vivem sozinhos. Ao oferecer uma maneira eficiente e contínua de monitorar a saúde e o bem-estar, esses dispositivos podem ajudar a mitigar os riscos associados ao envelhecimento e proporcionar uma vida mais segura e independente para os idosos. O pioneirismo do Japão nesta área serve de modelo para outras nações que enfrentam desafios similares, destacando a importância da inovação no cuidado com a população idosa.



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