Apesar de ter sido um fracasso de bilheteria nos USA, Blade Runner tornou-se um clássico cult e é considerado um dos melhores filmes já feitos, tendo sido selecionado para preservação no National Film Registry da Biblioteca do Congresso dos USA, por ser “culturalmente, historicamente o esteticamente significante”.
O filme é visionário em inúmeros aspectos tecnológicos, apresentando o uso de interfaces de voz, robôs humanoides (chamados de replicantes no filme), inteligência artificial, relação homem/máquina, clonagem e colônia extraterrenas. No entanto, as reflexões mais importantes estão relacionadas com os impactos dessas tecnologias no ser humano e na sociedade – moral, ética e busca de sentido para a vida. A coexistência de diversas culturas, etnias, credos e costumes decorrentes da globalização proporcionada pela tecnologia é uma das características marcantes presentes no filme, como um vislumbre dos dias atuais, em que isso tem se tornado um cenário social atual cada vez mais comum.
Outra questão central do filme são os replicantes, que são usados nas mais nocivas atividades (como os drones são utilizados hoje), trabalhos servis e de prazer, e as pessoas fazem com eles tudo aquilo que as fazem sofrer (como explorado amplamente em Westworld (2016), apresentado mais à frente). A autoconsciência em robôs, discutida por meio da replicante Rachel, foi tema central de diversos outros filmes e séries, como I, Robot (livro, 1950 e filme, 2004), 2001: uma odisseia no espaço (livro e filme, 1968), Stargate (série, 1997), Transcendence (2014), Automata (2014), Her (2013), ex-Machina (2015) e do brilhante Westworld (2016), entre outros.