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2011 - O Preço do Amanhã

2011 - O Preço do Amanhã
Martha Gabriel
nov. 8 - 3 min de leitura
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Como dizia Henry David Thoreau, o preço de qualquer coisa é a quantidade de vida que trocamos por aquilo. O filme In Time usa como estrutura narrativa exatamente esse conceito – no futuro, todos os seres humanos nascem equipados com um dispositivo que mede a quantidade de vida que o indivíduo tem, e essa é a moeda para todas as transações que ele executar na vida. Todos os pagamentos e recebimentos são feitos em tempo de vida. Assim, quem é rico tem milhões de anos de vida em estoque e pode viver quase que eternamente. Os pobres correm o tempo todo para conseguir mais tempo.

São necessárias algumas licenças poéticas para apreciar o filme (como o fato de apenas encostar os braços já ser suficiente para transferir vida de uma pessoa para a outra, sem nenhum dispositivo de segurança, senhas, nada). No entanto, as reflexões que surgem desse cenário são excelentes. Por exemplo, a dinâmica de pagar tudo em unidades de vida, apresentada de forma literal e explícita no filme, é, em algum grau, o modo como pagamos qualquer coisa, de forma implícita, em nossas vidas. Por exemplo, quando pago R$ 100,00 por algo, na realidade estou pagando com a quantidade de tempo que tive que trabalhar para ganhar R$ 100,00. Assim, se demoro uma hora para ganhar essa quantia, quando compro algo por esse valor, estou pagando com 1h da minha vida.

Outras questões interessantes que o filme levanta estão relacionadas à manipulação do mercado (que no caso, tem como unidade “anos de vida” – para “sustentar” o sistema, a maioria da população não pode ter “vida”); vida eterna & sentido da vida (no filme, algumas pessoas que têm centenas de anos de vida restantes preferem morrer); ritmos de vida (pessoas ricas, que têm estoque ilimitado de anos, só morreriam por acidente, assim, elas fazem tudo em um ritmo bem lento e seguro – as pessoas pobres, que têm pouco tempo de vida, fazem tudo rapidamente). As questões fundamentais que ficam são: se você tivesse todo tempo do mundo, o que faria com a sua vida? Como? Qual o sentido e objetivo da vida eterna? Esse tema dialoga profundamente com reflexões de outras obras fundamentais, como no livro “As Intermitências da Morte” (2005), de José Saramago, e as previsões de James Burke sobre um cenário futuro em que se o objetivo humano não precisa mais ser a sobrevivência, qual será?

Essas reflexões são cada vez mais essenciais para a humanidade, pois com a penetração e disseminação das tecnologias digitais em nossas vidas e a evolução acelerada das possibilidades tecnológicas de extensão de habilidades biológicas e prolongamento indefinido de vida (wearables, nanotecnologia, clonagem, implantes, sensores, etc.), a promessa da vida eterna, sem morte, está cada vez mais próxima para os humanos.

 

 


 

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