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2017 - A Vigilante do Amanhã

2017 - A Vigilante do Amanhã
Martha Gabriel
nov. 8 - 4 min de leitura
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As inquietações -- sociais, econômicas e humanas -- que emanam da realidade tecnológica emergente, em que os limites entre homem e máquina estão se dissolvendo, compõem a temática dominante do filme Ghost in the Shell. O filme é baseado no universo ficcional da franquia de mídia homônima japonesa [link: https://en.wikipedia.org/wiki/Ghost_in_the_Shell], que iniciou com a publicação de mangas em 1989 e, desde então, contou com dois filmes homônimos (1995 e 2004), animações, além de série de televisão (ver a seguir manga, filme de 1995 e série de TV).

O título dá tom: ghost refere-se à alma humana que permanece no cérebro biológico transplantado em um corpo (shell, casulo) cibernético para gerar um “ser híbrido superior”. Um dos argumentos do filme é justamente que o cérebro humano comandando um corpo robótico traria a melhor combinação possível entre humano+computador, e seria o caminho da nossa evolução. Apesar de eu acreditar que essa lógica de evolução é falha (pois a hibridização tecnológica tende a acontecer também no cérebro), o filme vale a pena pelos questionamentos que levanta em torno da relação entre humanos e tecnologia: poder, ética, essência humana, ordem social, livre arbítrio, brincar de Deus, etc. A narrativa lança mão de tecnologias emergentes de forma criativa e bastante aderentes ao contexto apresentado, apresentando um ótimo exercício de reflexão sobre as possibilidades de um mundo digital – holografia, telepatia por meio de interfaces brain-to-brain, capas de invisibilidade, “enhanced humans”, redes neurais mistas humano-computador, ciberterrorismo, brain hacking & segurança cognitiva, transferência de consciência humana para o computador, entre outros.

As frases filosóficas da franquia são um show de reflexão a parte, o ponto alto da obra, na minha opinião. Algumas das minhas favoritas:

“Nos apegamos às memórias como se elas nos definissem, mas elas não nos definem. Aquilo que fazemos, e não as nossas memórias, define quem somos”. –Dr. Ouelet

Se uma proeza tecnológica é possível, o homem fará. É quase como se isso estivesse programado na essência do nosso ser.” – Major

Tudo é informação. Mesmo uma experiência simulada ou um sonho é simultaneamente realidade e fantasia. De qualquer modo que você olhe, toda a informação que uma pessoa acumula durante toda a sua vida é apenas uma gota no oceano [informacional]”. – Batou

“Não existe nada mais triste do que um fantoche sem almaEspecialmente aqueles que têm sangue correndo dentro deles”. – Batou

“Podemos argumentar que o DNA nada mais é do que um programa projetado para se auto preservar. A vida tem se tornado mais complexa no oceano esmagador de informação. E a vida, quando organizada em espécies, confia nos genes para serem o seu sistema de memória. Assim, o homem é um indivíduo apenas por causa da sua memória intangível... e a memória não pode ser definida, mas ela define a humanidade. O advento dos computadores, e o consequente acúmulo incalculável de dados, deu origem a um novo sistema de memória e pensamento paralelo ao nosso próprio (biológico). A humanidade subestimou as consequências da computerização.” – Puppet Master

Levando-se em conta que uma entidade (“ghost”) incorporada em um recipiente (“shell”) é a definição de um avatar, a narrativa de Ghost In The Shell dialoga com outras obras que navegam nessa temática, como Avatar (filme, 2009), Gamer (filme, 2009), Surrogates (filme, 2009). Outras discussões têm pontos de contato com Transcendence (filme, 2014), ex-Machina (filme, 2015), entre outros.

 

 


 

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